O dia era 28 de agosto de 2021, eu estava na casa do meu Pai tomando cerveja com ele e assitindo um jogo de futebol e meio a conversas sobre a vida, quando ele disse que estava com vontade de fazer os caminhos que ele fazia quando era criança e morava em Bom Sucesso - MG.
Eu falei pra ele: "Poxa Pai, vamos fazer, essa tá fácil!" Ele explicou que queria fazer os trajetos a pé, pra lembrar da infância e eram muitos, então precisaria passar uma semana em Bom Sucesso pra isso acontecer. E que por conta da Pandemia não dava pra ir pra lá, que iria incomodar os outros e essas coisas.
Lembro que o Pai falou isso com um vontade grande dentro dele de fazer e um sentimento de não poder. Então eu disse pra ele: "Pai, fazer todos os passeios não vai dar pra fazer agora, mas pensa comigo... que tal começar com 1 passeio? Vamos amanhã cedo pra Bom Sucesso?". E prontamente ele disse: "Vamos, a gente acorda cedo, chega lá cedo, fazemos o passeio, visitamos o tumulo da minha mãe e do meu Pai e depois vamos pro Helinho".
Dito e feito, fizemos o passeio do jeito que ele queria. Paramos o carro de frente a casa de um primo, mais ou menos na metade do caminho original que ele fazia e saimos nós 2 a pé pela cidade, chegamos até a estrada de terra, pegamos atalho pulando cerca, desviando da vacas e subimos morro acima. O Pai com a saúde nota mil, andamos longe e ele reviveu toda a infancia dele no percurso e lá na Pedreira, lugar onde o meu pai com cerca de 11 anos levava a marmita pro almço do meu avô, Antonio de Campos Vivas.
De lá fomos pro Açude e ele reviveu outras histórias da vida dele! Esse dia foi fantátisco. Foi um passeio simples, marcante, alegre e que fez o meu Pai muito feliz em estar revivendo a infância dele.
O local jamais será esquecido por mim e acredito que lá onde ele encontrava como Pai dele, agora é o lugar onde eu posso encontrar com o meu Pai espiritualmente.
Técio Vivas
Filho


